Shoichiro Toyoda – que liderou a multinacional Toyota quando a empresa cresceu no mercado de automóveis nos Estados Unidos e na expansão internacional – morreu na última terça-feira aos 97 anos. De acordo com a empresa japonesa, a causa foi insuficiência cardíaca, e o comunicado foi dado logo após o falecimento do executivo.
Toyoda, pai do atual CEO da Toyota, Akio Toyoda, dirigiu a empresa homônima de sua família durante as tensões comerciais da década de 1980. Ele também representou o clã Toyoda no conselho por 57 anos, tornando-se o diretor mais antigo da montadora.
Seu mandato como presidente da montadora, de 1981 a 1992, foi notável pela imersão da Toyota na fabricação norte-americana e pelo lançamento da marca de luxo Lexus, além da expansão da presença mundial da marca.
A decisão da montadora japonesa de começar a fabricar veículos nos Estados Unidos visava, em parte, diminuir os atritos comerciais. Mas lançou as bases para uma estrutura de custos mais equilibrada, eficiências aprimoradas e veículos mais adequados à demanda local.
Na época, os estadunidenses enxergavam o crescimento da indústria automobilística japonesa com espanto e receavam ver o mercado norte-americano ser superado pelo japonês como maior potência econômica global.
No início de sua carreira, Toyoda teve um papel fundamental na primeira incursão da marca nos Estados Unidos, incluindo em 1957 o Toyopet Crown.
Como nem tudo foram flores, teve seu primeiro desafio após a rejeição do modelo por ter um motor fraco para os padrões norte-americanos, acostumados com grandes sedans e seus propulsores V8. Assim, estava determinado a produzir um veículo superior em tudo.
Em 1982, quando a equipe de produção e vendas do grupo foram reunificadas, a Toyota já estava fincada no mercado norte-americano. Essa foi uma das bases para a marca se tornar a maior fabricante do mundo.
Educado em engenharia na Universidade de Nagoya, Toyoda era tratado por todos os funcionários da Toyota como ” Dr. Toyoda” , em referência à sua tese de doutorado sobre injeção de combustível.
Em uma empresa conhecida por suas proezas de fabricação, Toyoda era respeitado por seu olhar aguçado para o produto. Ele também reconheceu que a contribuição dos EUA era necessária para tornar seus carros mais atraentes para os americanos e como um passo crítico para a expansão global.
Quando Toyoda assumiu o comando em julho de 1981, todos os Toyotas vendidos na América do Norte eram importados. Quando ele deixou o cargo em 1992, 40% deles eram produzidos localmente.
A liderança de Toyoda foi essencial para a introdução global na cultura popular da marca Lexus e também do Prius, primeiro veículo híbrido produzido em larga escala
Como um dos reconhecimentos pela competência e mérito como gestor de uma das montadoras mais famosas do mundo, Toyoda foi introduzido no Automotive Hall of Fame em Dearborn , Michigan, em 2007.
Fonte: IG CARROS