Com medidas de emissão de poluentes cada vez mais restritivas , os fabricantes de automóveis precisam encontrar formas de tornar seus veículos mais ecológicos . Os modelos híbridos se apresentam como soluções mais rápidas para a eletrificação, e a Stellantis começará em breve a sua ofensiva eletrificada.
Segundo o jornalista Rodrigo Mora , da Forbes Motors , a Stellantis prepara três tipos de propulsores híbridos e um motor exclusivamente a etanol. O objetivo é que em 2030, 20% dos produtos sejam eletrificados . Hoje, o grupo só conta com um modelos híbrido, o Jeep Compass 4xe , e três 100% elétricos: Fiat 500e , Peugeot e208 e e2008 .
Os carros híbridos da Stellantis contarão com os seguintes sistemas: BSG , HEV e PHEV . O sistema HEV ( Hybrid Electric Vehicle /Veículo Híbrido Elétrico) é o mais popular no Brasil, sendo utilizado por modelos como Toyota Prius e Corolla Hybrid há um tempo. Ele une o motor a combustão a uma pequena bateria e um propulsor elétrico dedicado, capaz de fornecer energia para mover o veículo por pequenas distâncias. Esse sistema utiliza o motor a combustão como gerador de energia para as baterias de alta tensão.
O sistema PHEV ( Plug-in Hybrid Electric Vehicle /Veículo Híbrido Elétrico Plug-in) é basicamente o mesmo sistema HEV, mas o P significa Plug-In. Todos os modelos com esse sistema devem ser conectados à tomadas ou carregadores elétricos para recarregar a bateria de alta tensão, visto que sua capacidade e autonomia são maiores.
O sistema BSG ( Belt Starter Generator /Gerador iniciado por correia)é o mais em conta a ser oferecido. Consiste em uma correia conectando o motor e o alternador, que alimenta uma bateria de 48V . Esse sistema evita esforços do motor e funciona para reduzir emissões e economizar combustível . Em situações de desaceleração, por exemplo, o motor é desligado, mas as demais funções do carro continuam em pleno funcionamento.
De acordo com Marcio Tonani , vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia para a América do Sul, os três sistemas híbridos poderão ser integrados às plataformas que a Stellantis utiliza no Brasil: MLA ( Pulse e Fastback ), CMP ( Citroën C3 , C3 Aircross , Peugeot 208 e futuramente o 2008) e Small Wide (Fiat Toro, Jeep Renegade, Compass e Commander).
Sobre modelos novos com motorização híbrida, uma das novidades programadas é o Jeep Avenger , lançado na Europa no ano passado e que conta com versões híbridas e elétricas. Construído a partir da plataforma CMP, a novidade começará a ser fabricada no Brasil entre 2025 e 2026.
O fabricante ainda estuda conectar o sistema a um propulsor somente a etanol , no caso o motor seria derivado do 1.3 GSE turbo . Curiosamente, os rumores acerca desse motor 100% a etanol são mais antigos do que o próprio propulsor.
O etanol é interessante, pois é produzido a partir da cana de açúcar ou do milho , e portanto, além de ser uma matéria-prima renovável , polui menos que a gasolina e compensa parte da poluição durante o plantio.
“Nossa previsão é iniciar a produção já no próximo ano. A tecnologia estará disponível para todas as marcas da Stellantis. A definição de quais marcas e modelos a utilizarão será baseada em estratégias de mercado que definiremos mais à frente”, explica Antonio Filosa, Presidente da Stellantis para a América Latina, em entrevista para a Forbes.
Pensando em maximizar a redução de emissões e produzir um veículo o mais “limpo” ecologicamente, a Stellantis poderia apostar em uma tecnologia similar à apresentada pela BYD , por exemplo, onde o motor a combustão só funciona para gerar energia para as baterias de alta voltagem.
Fonte: Carros