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Que tal um carro usado pequeno, barato e espaçoso? Eis a Fiat Idea

Que tal um carro usado pequeno, barato e espaçoso? Eis a Fiat Idea



Fiat Idea  foi lançado em 2005 nas versões ELX 1.4 de 81/80 cv e HLX 1.8 de 114/112 cv. Considerada uma minivan compacta, seu grande atrativo está no bom aproveitamento do espaço interno, além da facilidade de se encontrar peças, já que muitas delas são compartilhadas com o hatch Palio.

Antes de qualquer investida, tenha em mente que as versões equipadas com câmbio Dualogic costumam travar e não trocar as marchas. Na dúvida, é melhor não se arriscar e partir para as versões sem este tipo de transmissão. Concorrente direto de Nissan Livina, Honda Fit e Chevrolet Meriva, o modelo da Fiat se destaca por algumas vantagens. Confira.

Consumo

Comparando as fichas técnicas das duas versões iniciais, a 1.8, apesar de ter consumo levemente maior, tem melhor desempenho. Os números são: 6 km/l na cidade e 7 km/l na estrada rodando com etanol. Na gasolina, são 9 km/l e 10 km/l , nessa mesma ordem. Já a 1.4, que é bem mais fraca, faz: 6,5 km/l no ciclo urbano e 7,3 km/l no rodoviário com etanol , números que passam para 9,5 km/l e 10,5 km/l com gasolina , respectivamente.

O consumo melhorou a partir da linha 2010, o ano em que chegou o primeiro facelift e também os novos motores E.torQ 1.6 16V de 117/115 cv e 1.8 16V de 132/130 cv. O 1.6 16V faz 6,8 km/l de etanol na cidade e 8 km/l na estrada e 9,9 km/l e 11 km/l com gasolina – nas mesmas condições. Já o motor mais forte consegue fazer 6,3 km/l na cidade e 7 km/l na estrada com etanol e 8,9 km/l e 10,1 km/l com gasolina – entre urbano e rodoviário.

Suspensão

Muitos donos não poupam elogios quanto ao conforto da suspensão do tipo independente McPherson na dianteira e eixo de torção traseiro. Com boa regulagem e curso longo, principalmente na versão Adventure, o conjunto consegue filtrar bem as irregularidades do piso brasileiro e evita batidas secas, um fenômeno que não ocorre nem quando o carro está carregado, algo que vitimiza alguns dos seus rivais.

Embora seja mais desengonçada visualmente, a versão aventureira tem suas vantagens. Uma delas é a enorme altura do solo – são 18,5 centímetros de distância . Outra diz respeito aos pneus de uso-misto . Eles nem sempre foram mantidos pelos vendedores, uma vez que são mais caros, mas, se ainda equiparem o modelo desejado, há uma bela vantagem para quem roda por pisos ruins e estradas de terra – claro que eles são mais ruidosos e atrapalham um pouco o consumo.

Por falar em suspensão, é possível encontrar um par de buchas dianteiras originais por menos de R$ 70 reais. Mesmo um kit de molas dianteiras, que é o item mais caro do conjunto, sai pela bagatela de R$ 350.

Espaço interno

Dona de bom aproveitamento de espaço interno, a minivan conta com 3,93 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,68 m de altura e 2,51 m de entre-eixos – o Palio da época tem apenas 2,37 m. As dimensões são suficientes para que quatro adultos consigam desfrutar de um bom passeio sem se cansar. Já o passageiro do meio até é beneficiado pelo túnel central baixo, mas a cabine estreita atrapalha muito a acomodação de um terceiro adulto no banco traseiro. O fato é que há concorrentes mais espaçosos, exemplo da Livina.

A despeito do seu comprimento curto, engana-se que o veículo tenha um porta-malas pequeno. Apesar de não parecer, o Idea comporta 380 litros, ou apenas 22 litros a menos que um Honda Civic 2006.

Portas

O acúmulo de água nas portas foi citado por muitos donos. Para escoá-la, basta soltar umas tampinhas de borracha presas embaixo da porta. Segundo os proprietários, isso ocorre devido ao entupimento dos drenos. Além disso, uma dica simples para evitar possíveis pontos de ferrugem é aplicar um óleo lubrificante em spray como, por exemplo, o WD-40, pelos orifícios dos drenos.

Luz no painel

Se a luz do reservatório de partida a frio não apagar após a partida, é sinal de que a bóia do reservatório está danificada , e para resolver este problema, é simples e  barato. É necessário fazer a substituição por uma nova que vai custar R$ 43 reais tanto para a versão 1.4 quanto para a 1.8 , lembrando que é uma peça genuína cotada através do Mercado Livre.

Para-choque

As primeiras versões do Fiat Idea ELX e HLX têm um anteparo de borracha preso ao para-choque dianteiro que, dependendo de onde estiver estacionado, pode enroscar e trincar a peça inteira e, às vezes, até danificar o para-choque. Só para se ter uma noção, chegamos a ver um para-choque novo original que custa R$ 1.000.

Embreagem

Mesmo quando o modelo era novo, foram constatados problemas de embreagem, cujos sintomas são trepidações no sistema. Se você for ver uma unidade e ela apresentar esses problemas, vale a pena pedir um desconto ao dono para providenciar um kit novo de embreagem que  não vai sair por menos de R$ 590 reais (sem o frete), fora a mão de obra.


Recall

Atente para alguns dos recalls anunciados pela montadora, tais como substituição da troca da bomba da direção hidráulica, do óleo da caixa de câmbio e componentes da engrenagem da primeira marcha, além da possível substituição do atuador da embreagem de alguns modelos. Na dúvida, a Fiat dispõe de um site onde você pode fornecer o número do chassi e da placa do veículo para consulta. Anote aí:  https://servicos.fiat.com.br/recall.html. Vale explicar que caso ainda não tenha sido efetuado o serviço, o mesmo será gratuito.

Desempenho

Em termos de desempenho, as melhores versões são as com motorizações 1.6 16V e 1.8 16V da família e.TorQ, ou a antiga 1.8.

O Idea 1.6 16V faz de zero a 100 km/h em bons 10,7 segundos e chega aos 179 km/h, enquanto o motor 1.8 16V cumpre a mesma prova em 10,8 s e chega a 180 km/h. Você deve estar coçando a cabeça ao ver números tão próximos, mas a grande diferença entre ambas diz respeito aos tempos de retomada e tocada no dia a dia. O torque, por exemplo, faz toda a diferença. Na 1.6 16v conta com 16,8 kgfm no etanol e 16,2 kgfm na gasolina, ambos a partir das 4.500 rpm. Já na 1.8, 16v, disponibilizada nas versões Adventure e Sporting, o torque fica em 18,9 kgfm no etanol e 18,4 kgfm na gasolina, a 4.500 rpm.

Embora seja mais antiga, o propulsor 1.8 8V (HLX e Adventure) tem desempenho superior. Segundo números oficiais, de zero a 100 km/h é feito em 10,9 s e atinge 182 km/h. O torque é de 18,5/17,8 kgfm, disponíveis logo nas 2.800 rpm.

Por outro lado, mesmo as versões mais potentes ou reestilizadas sofrem com a carroceria estreita, alta e com laterais quase que planas. Ventos laterais e curvas mais pronunciadas devem gerar um certo incômodo. 

No demais, a direção hidráulica tem boa calibração, embora exija um pouco mais de correções em velocidades altas. Já o câmbio manual poderia ter engates mais certeiros e curtos , uma característica que atingia a maior parte da gama da Fiat na época, mas que não desagrada muito.

Preço

Por menos de R$ 20 mil , já é possível desfilar com uma minivan da Fiat na versão ELX, que conta com motor 1.4 e pode vir com ar-condicionado como opcional, além de direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos, banco do motorista com regulagem em altura, banco traseiro bipartido, aviso de luzes ou portas abertas e até computador de bordo.

Com R$ 7 mil a mais, você já consegue pular para uma Adventure da primeira geração , versão que agregava pneus para uso misto 205/70 R15, rack no teto, estepe na tampa do porta-malas, luzes de direção nos retrovisores, faróis de milha e de neblina e saias laterais simulando estribos.

Por dentro, traz bússola e inclinômetro transversal e longitudinal, mostradores que fazem alusão ao jeito aventureiro, mas que são um tanto exagerados para esse tipo de carro. Quanto aos opcionais, havia freios ABS, bancos de couro de dois tons, mesinha do tipo avião para quem vai atrás e subwoofer. O motor 1.8 era o mesmo da versão intermediária HLX.

Com R$ 35 mil a R$ 40 mil, as opções já passam a incluir os modelos reestilizados de 2011 para a frente. Além de terem estilo mais moderno e agradável, tais carros passaram a contar com motores E.torQ 1.6 e 1.8, ambos com 16 válvulas. Entre as novidades, também há lanternas com iluminação parcial de LED (as luzes de freio são halógenas). Foi a mesma época em que o câmbio Dualogic foi atualizado, porém, não pense nele.

Versões indicadas

A dica é pegar logo de cara as primeiras versões Adventure , lançadas a partir de 2006 considerando que são modelos mais altos e equipados com pneus especiais, conforme citado acima. Além disso, o motor 1.8 de origem GM, apesar de menos econômico (6 km/l na cidade – 7 km/l na estrada no etanol e 9 km/l na cidade e 10 km/l na cidade, na gasolina ), é o que equilibra melhor performance e custo-benefício.

Outra indicação que é válida são as versões fabricadas a partir de 2010, uma vez que já contam com a nova família de motores E.TorQ. Tanto a opção 1.6 16V, quanto a 1.8 16V têm desempenho superior ao das primeiras 1.4 8V e, de quebra, também consomem menos . Não custa nada repetir: evite as versões equipadas com câmbio Dualogic e Dualogic Plus, pois tais transmissões são problemáticas e exigem manutenção mais onerosa. 

Se você busca um visual mais esportivo, a Sporting pode ser a solução. Ela não traz um ajuste verdadeiramente empolgante, mas agrada pelo design e representa a única opção top de linha que não é a Adventure. A Essence 1.6 16V é outra boa pedida. 

Fonte: IG CARROS