Fabricada entre 1950 e 2013, a longevidade da Kombi só não foi além devido a um decreto, no qual veículos fabricados a partir de 2014, deveriam adotar freios ABS e airbags para o condutor e passageiro.
Por aqui, o veículo foi fabricado ininterruptamente entre 2 de setembro de 1957 e 18 de dezembro de 2013, sendo praticamente o automóvel mais antigo no mercado do Brasil e que, segundo pesquisa realizada pela Cortex, mesmo após 10 anos do fim da produção, a Kombi ainda é o veículo mais utilizado por indústrias brasileiras. Confira as cinco configurações mais populares da “Velha Senhora”.
1) Kombi seis portas
O ano de 1961 ficou marcado para a Kombi Corujinha, pois foi neste ano que ela perdia a famosas setas do tipo bananinhas, além de ter recebido marcador de combustível no painel. Somado a isso, o ano marcaria a estreia da raríssima versão com seis portas, sendo duas individuais traseiras em cada lado da carroceria — um par para cada fileira de bancos. Ao criar essa configuração, a Volkswagen tinha em mente atender o mercado empresarial, tais como redes hoteleiras e profissionais liberais que usassem a van para turismo, por exemplo.
Chegou a ser equipada com a mesma motorização das outras versões iniciais vendidas por aqui, ou seja, o propulsor 1.200 de apenas 40 cv, além das opções com motor 1.500 de 52cv e 1.600 de 58 cv, esta última já com a carroceria mais moderna, produzida a partir de 1975.
2) Kombi “Motor Home”
Dentre os diversos projetos da Karmann Ghia, o motorhome construído em alumínio esmaltado em cima de um chassi de Kombi fez sucesso nos anos 1980. Haviam os modelos Mobil Touring e Mobil Safari , ambos com cabine interligada ao compartimento traseiro e que rapidamente se tornaram ícones do campismo brasileiro. O veículo contava com cama, sofá, mesa, cozinha com pia e fogão e até banheiro com ducha e aquecedor de água (vendido à parte). A principal diferença estava na adição de mais uma cama dupla posicionada em cima da cabine no modelo Safari cujo espaço era muito bem resolvido.
Com isso, nessa configuração podia-se pernoitar até seis passageiros, com o beliche opcional, mas devido ineficiência de peso/potência aliado ao preço final, logo parou de ser fabricada pela Karmann Ghia. De acordo com o site Sampa Kombi Clube, estima-se que tenham sido vendidas cerca de 500 unidades das Kombis Mobil Touring e Safari em 20 anos de produção.
3) Kombi Cabine Dupla Diesel
Em 1981, a Volkswagen iniciava as vendas da Kombi com motor de 1.500 de 51 cv movido a diesel, refrigerado a água – o primeiro da história da Kombi – e com um exclusivo radiador dianteiro. Este motor era o mesmo que equipava o Passat exportação e foi oferecido nas versões picape cabine simples ou dupla e furgão.
Curiosamente, como o radiador fica exposto à frente do veículo, muitos donos recorriam aos quebra-matos para proteger o sistema de refrigeração líquida.
Apesar de ter como uma das vantagens o baixo consumo de combustível, 15,2 km/l na cidade , segundo relatos da época, o modelo tinha suas deficiências como a durabilidade do motor Diesel por conta do sistema de refrigeração ineficiente. Assim, essa versão só durou até 1985.
4) Kombi Lotação (quatro portas)
Em 1983, a Volkswagen inovou com mais uma versão, desta vez a versão Lotação com uma configuração inédita de quatro portas , sendo as portas extras traseiras individuais para cada fileira de bancos, ou seja: três individuais do lado direito e uma só do lado esquerdo . Com isso a ideia era facilitar o embarque e desembarque de passageiros com mais conforto e, principalmente, segurança, já que as pessoas só poderiam entrar e sair pelo lado da calçada.
Para ajudar na ventilação, a Kombi Lotação contava de série com janelas corrediças e melhor isolamento acústico para um melhor conforto dos passageiros e luzes extras de cortesia. Este modelo ficou no mercado até 1987 e só foi vendido com o mesmo motor 1.6 de 48 cv (1 carburador), 53 cv (dois carburadores), ambos na gasolina e 56 cv no álcool (dois carburadores).
5) Kombi picape
Versátil, a Kombi é usada até hoje no lazer e trabalho, mesmo tendo saído de linha em 2013. Até versão picape ela teve! Com muito espaço na caçamba, ela leva mais de 1.000 kg, mas sem carga o conforto é nulo e pula muito, o que lhe rendeu a fama de “cabrita”. Foi introduzida no mercado em 1967 só com cabine simples, que já era sucesso na Europa desde a década de 50.
A caçamba era confeccionada em chapas de aço pela própria VW. No mesmo ano, estreou o novo motor 1.500, com 44 cavalos de potência. Fez muito sucesso principalmente por profissionais que trabalhavam com carreto, graças à versatilidade e robustez do modelo. Essa configuração se estendeu até a terceira modificação do utilitário, que foi até o ano de 2000.
Fonte: IG CARROS