O desafio para os otimistas é: o que fazer com essas informações. Mais que a falta de estrutura o que agrava é a falta de perspectiva e uma informação que pode soar agressiva aos pacientes: Alzheimer não é prioridade. As estruturas do país são focadas nos casos urgentes, nas necessidades que atingem maior volume de pessoas.
Exemplo? A cidade conta com o inovador e completo instituto Lucy Montoro, que oferece estrutura de atendimento a vítimas de lesões e problemas que exigem acompanhamento de recuperação de mobilidade. Atendimento ao Alzheimer exigiria uma estrutura permanente, diária, a pacientes. A rede Lucy Montoro não pode atender.
Os centros da Carolina do Norte promovem atividades que integram e preparam as famílias para dificuldades, como uma comovente cerimônia da Vela. Pacientes e familiares foram uma círculo uma vez por homens. Acendem velas uma a uma e oram pelos pacientes falecidos, pelos estados mais graves. Depois as velas são apagadas uma a uma.
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Além de emocionar e provocar interação, é um rito de preparação, de saber que a doença se agrava e terá momentos difíceis para família. É preciso estrutura para fazer.
Outra? Memória Café. Um dia de encontro para um café da tarde com pacientes e familiares para inserção social aos pacientes que ainda tem condições mínimas de convívio. Exige equipe.
Existência de desfibriladores em todas as instituições: exige estrutura e equipe que saiba usar. Bebedouros em todos os corredores. Idosos, especialmente pacientes de Alzheimer, perdem hábito de beber água, ficam desidratados. Mas só o bebedouro não adianta, é preciso ter copos, pegar a água ao passar ao lado, oferecer ao idoso. Falta gente.
Cadeiras mais seguras e confortáveis. Idosos com Alzheimer perdem mobilidade. Afastar cadeira vira um problema e risco. Colocar bolas de tênis nos pés das cadeiras permite arrastar sem o custo ou risco das rodinhas, mas sem emperrar movimento. É preciso ter as bolas e colocar em todas as cadeiras.
Álbuns de fotografia, importantes na fase inicial da doença. Folhear ou acompanhar álbuns de fotos ajuda o paciente a manter os vínculos, reforça a memória e identificação das pessoas próximas e informações de sua própria vida. O mobiliário influencia também. Centros visitados nos Estados Unidos têm quartos e salas montadas com móveis diversos, até berços com bonecas, para reforçar a compreensão e estimular memória emocional. É comum ver pacientes com bonecas no colo falando de seus filhos.
Em resumo: é preciso ter a estrutura. E ter quem cuide