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Veganismo ganha público com defesa de animais

Veganismo ganha público com defesa de animais

O que você pensa quando descobre que um novo amigo é vegano e recusa um churrasco? Para um grupo cada vez maior de pessoas, essa informação representa novos hábitos alimentares aliados a uma preocupação com direitos dos animais, de políticas públicas sobre qualidade em toda a cadeia de produção de alimentos no país e muito mais.

Você pode nem concordar com o que eles pensam e defendem, mas os veganos estão aí.  Uma comunidade criada em Marília para debate dos princípios e ideias do grupo no Facebook já tem pouco mais de 3.000 seguidores de diferentes cidades. A comunidade Veganistas e Vegetarianos de Marília tem 140 seguidores.

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Todos os dias dezenas de postagens discutem receitas, alimentação de bebês, campanhas contra abate de animais para consumo, contra uso de animais em testes químicos de remédios ou cosméticos e até crítica de reality shows de culinária.

“O grupo tem crescido e acredito que cumprido sua função. Aqui todos são bem-vindos, não só veganos, mas também aqueles que têm interesse em entender os fundamentos de nossa luta”, diz a mensagem de apresentação do grupo, assinado pela moderadora do grupo, Camila Comin Piccioni.

Ela explica que o grupo não tem muitas restrições, “salvo respeito” e é um espaço para todos. “Veganos, vegetarianos, ovo-lactos, simpatizantes e mesmo carnistas que queiram apresentar argumentos (que serão logicamente rebatidos rs) !”

Em relação aos hábitos alimentares, veganos não consomem carne ou qualquer produto alimentar de origem animal, o que envolve ovos, leite e seus derivados e até produtos com uso de corantes ou qualquer ingrediente de origem animal. Mas a opção vai muito além da alimentação. Veganos são ativistas de direitos animais. Não usam roupas, enfeites, decoração, ferramentas, de origem animal, como peças de couro.

Será comum ouvi-los falar sobre o consumo de cadáveres para tratar de um churrasco. Eles até vão à casa de amigos consumidores de carne. Mas os mais experientes organizam seus hábitos e muitas vezes comem antes de sair de casa, vão pelo papo e companhia. Ponto.

Eles vão aparecer na proteção de rebanhos que são abatidos por frigoríficos, golfinhos ou baleias, preservação de especiais em extinção e muito mais.

“Entendemos que a exploração animal é apenas mais um falso paradigma de nossa sociedade doente e assim como um dia foi possível acabar com a escravidão legal dos negros no Brasil e no mundo, um dia, com a evolução da humanidade será possível que todos possamos ver que os animais também são seres sencientes e por isso dignos de nossa proteção e não de nossa ganância”, diz o advogado Bruno Bacellar, vegetariano desde 2008, vegano a partir de 2010.

O discurso tem pontos radicais, que podem estragar o almoço ou churrasco dos fãs. Mas há um fundamento: não existe meio termo. Não é uma questão de dieta e não há preferência por animal que possa ser morto, inclusive peixes e crustáceos. Uma das últimas publicações do grupo foi uma crítica ao reality show Masterchef, que apresentou prato com caranguejos. A receita prevê que eles sejam colocados para ferver ainda vivos. “Se ferver animal vivo é culinária, canibalismo é gastronomia”, dizia a mensagem.